O Som da Água

A floresta guardava um segredo, revelado por um som distante que parecia chamar.

Era uma manhã tranquila, e ele estava sentado sob uma árvore no quintal quando ouviu algo diferente. Um som distante, como um sussurro vindo da floresta. Era o som de água correndo, suave e misterioso. Curioso, ele decidiu seguir o som.

A trilha era cercada por árvores altas, formando um túnel verde que balançava suavemente ao vento. O som da água ficava mais claro a cada passo, como se o chamasse. Ele imaginava o que poderia estar à frente: um lago, um rio ou, quem sabe, uma cachoeira?

De repente, a trilha terminou. Diante dele, uma descida íngreme cheia de pedras cobertas de musgo e raízes retorcidas se estendia. O som da água estava mais forte agora, quase ao alcance. Ele respirou fundo e disse para si mesmo:
– Eu consigo.

Segurando em uma raiz, começou a descer devagar. As pedras eram escorregadias, e o musgo as deixava traiçoeiras. Em um momento, ele perdeu o equilíbrio, mas se agarrou a outra raiz a tempo. O coração disparou, mas ele riu baixinho.
– Isso está ficando emocionante.

Ao chegar ao fundo, o som da água o envolveu completamente. Ele atravessou um pequeno riacho, onde a água gelada escorria pelos pés, e virou uma curva na trilha. Foi quando parou, maravilhado.

Uma cachoeira descia de um penhasco alto, suas águas brilhando como se fossem feitas de luz. O som, antes misterioso, agora era uma melodia viva, forte e calma ao mesmo tempo. A água formava um lago tranquilo, cercado por árvores que pareciam proteger o lugar como guardiãs silenciosas.

Ele se aproximou devagar e tocou a água com as mãos. O frescor parecia levar embora todo o cansaço. Sentou-se na beira do lago, deixando o som da cachoeira preencher seus pensamentos. Depois de um tempo, suspirou e disse:
– Valeu cada passo.

Quando começou a voltar, olhou uma última vez para a cachoeira e sorriu. O som da água ainda ecoava em sua mente, como uma música que ele sabia que levaria consigo para sempre.

Fim.