O Sonho da Lua Brilhante

Todas as noites, ele olhava para a lua, que brilhava como se guardasse todos os segredos do universo.

Todas as noites, ele se deitava no quintal, cercado pelo silêncio tranquilo da escuridão. Seus olhos sempre buscavam a lua, que parecia tão distante, mas ao mesmo tempo tão conectada ao coração. Ela brilhava como se guardasse segredos do universo, despertando nele um misto de encanto e curiosidade.

A lua, sua eterna companheira, nunca deixava o céu vazio. Algumas vezes, surgia completa, banhando tudo com sua luz suave; em outras, mostrava apenas uma parte, como se estivesse escondendo algo especial. Ele se perguntava, com o coração cheio de sonhos:
– Como seria estar lá, onde o chão é feito de luz?

Naquela noite, algo parecia diferente. A lua brilhava com uma delicadeza que aquecia o peito. Ele fechou os olhos por um instante e se permitiu imaginar: um solo prateado, estrelas tão próximas que quase podia tocá-las, e o som puro do silêncio. Então, uma brisa suave passou, como um convite sussurrado:
– Venha.

Quando abriu os olhos, percebeu que tudo ao redor havia mudado. Sob seus pés, o chão era macio e brilhava como se fosse feito de poeira de estrelas. Cada passo deixava um rastro luminoso. O ar tinha um perfume doce e misterioso, e o céu parecia infinito, salpicado de estrelas que piscavam devagar.

De repente, ouviu uma risada leve. Olhando ao redor, viu uma criatura feita de luz, delicada e radiante como o brilho da lua. Ela sorriu e, com uma voz suave como música, disse:
– Eu sabia que você viria.

– Onde estou? – perguntou ele, sentindo o peito se encher de alegria e surpresa.

– Você está no lugar dos seus sonhos – respondeu a criatura. – Aqui, o tempo não passa, e a luz nunca se apaga.

Ele sentiu o corpo leve, como se não houvesse peso no mundo. Flutuava com a liberdade de quem esqueceu as preocupações. Saltou e viu a poeira luminosa formar desenhos no ar, como se a lua estivesse brincando com ele.

– Isso é tão lindo – disse ele, com os olhos brilhando.

– É porque você olha com o coração – respondeu a criatura, girando no ar. – A lua só brilha tanto porque alguém a vê com tanta admiração.

Ele se deitou no chão prateado, sentindo uma calma doce e acolhedora. Lá longe, viu a Terra pequenina, cheia de vida e cores. Percebeu que a distância não diminuía o que sentia pela lua; pelo contrário, fazia com que ela parecesse ainda mais especial.

Logo, a brisa familiar tocou seu rosto, trazendo de volta o som suave da noite. Ele abriu os olhos e viu o quintal ao seu redor novamente, mas algo dentro dele havia mudado. Era como se uma parte do brilho da lua tivesse ficado em seu coração.

Agora, toda vez que olhava para o céu, ele sorria. A lua continuava misteriosa, mas ele sabia que não precisava estar perto dela para senti-la. Bastava sonhar.

Fim.

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