A Aventura no Lago

Chico descobre a magia do lago ao nadar com o pai pela primeira vez.

Chico e o Lago Mágico

Chico voltou ao Lago Mágico com o pai logo depois do almoço. O céu estava azul, azul de fazer cócegas nos olhos. O lago parecia ainda maior, quietinho, brilhando como um espelho que sabe guardar segredos.

— Pai… hoje o lago está diferente — Chico comentou.

— Ele muda conforme a gente muda — respondeu o pai, dando um sorriso. — E hoje você veio mais confiante.

Chico encostou a varinha na beira, mas dessa vez não estava tão preocupado com peixes. O vento fazia a água dançar devagar, e Chico sentiu vontade de chegar mais perto.

— Pai… posso tocar a água?

— Claro que pode, filho.

Chico ajoelhou-se e encostou as pontinhas dos dedos. A água estava morna, suave, e parecia fazer um som baixinho:

plim… plim… vem brincar comigo…

Chico arregalou os olhos.

— Pai… acho que o lago falou comigo.

O pai riu, mas não de deboche; era um riso doce.

— Às vezes, quando a gente escuta com calma, tudo fala com a gente.

Chico olhou a água de novo, e sentiu seu coração bater diferente. Um convite.

— Pai… eu… eu queria entrar.

O pai pensou por um instante, depois fez um aceno calmo.

— Então vamos juntos.

Chico sorriu tão grande que parecia que o rosto dele ia virar sol. Ele tirou a camiseta, ficou de short, e entrou devagarinho. O pai entrou ao lado.

A água abraçou os dois.

— Pai! Ela é quentinha!

— É o Lago Mágico dando boas-vindas — disse o pai.

Chico começou a mexer as mãos, fazendo redemoinhos. A água respondia com brilhinhos, como se pequenos pontos de luz corressem pelos dedos dele.

— Você está vendo isso?! — Chico gritou, encantado.

— Estou vendo — o pai respondeu, com os olhos brilhando também.

Eles nadaram juntos, devagar, sem pressa. Chico mergulhou a cabeça e ouviu o som da água por dentro — parecia uma música baixa, feita de bênçãos e risos.

Quando voltou à superfície, riu alto.

— Pai! Acho que o lago gosta da gente!

— Gosta sim. Porque estamos respeitando ele.

Chico boiou olhando o céu. Sentiu-se leve, como se a água segurasse ele com carinho. O pai ficou ao lado, fazendo o mesmo.

— Pai, esse lago… ele é meu lugar preferido.

— E eu adoro estar nele com você.

Chico encostou a cabeça no ombro do pai. O lago se moveu devagar, como um abraço d’água.

Depois de um tempo, eles saíram, deixando pingos brilharem no sol. Chico olhou o lago e murmurou:

— Obrigado pela aventura.

A água fez plim-plim, respondendo seu nome de novo.

E Chico teve certeza: o Lago Mágico tinha um coração.

Continua…