Depois de uma aula sobre o sistema solar, Chico e Nina embarcam numa missão imaginária até Marte.

Na sexta-feira, a professora mostrou um pôster colorido com todos os planetas. Chico achou que Saturno parecia um pião. Nina disse que Netuno era do mesmo azul da piscina funda.
— “E esse aqui?” — perguntou ela, apontando para Marte.
— “É o planeta vermelho. Dizem que pode ter vida lá.” — respondeu a professora.
Na hora do recreio, Chico e Nina sentaram perto da árvore, como sempre. Mas os olhos dos dois estavam longe.
— “Vamos visitar Marte?” — perguntou ela, como se dissesse “vamos brincar de pega-pega?”
Chico sorriu. Pegou uma tampa de lancheira, fingiu ser o painel de controle. Nina fechou os olhos, contou até três.
E de repente estavam flutuando.
Passaram por Vênus, que parecia uma bola de vidro. Viram os anéis de Saturno girando devagar, como um disco que nunca acaba. Em Júpiter, quase se perderam numa tempestade.
Marte apareceu no horizonte feito um botão vermelho no casaco do céu.
Pousaram com cuidado. O chão era cheio de poeira laranja. Montanhas pareciam de papel amassado. Nina encontrou uma pedra em forma de coração. Chico inventou uma bandeira com o lenço do bolso.
— “Aqui é o nosso planeta secreto.” — disse ela.
— “Missão cumprida.” — disse ele.
Na volta, no papel do caderno, desenharam tudo: o foguete, as crateras, a pedra-coração.
E, bem pequeno, escreveram no canto:
“Nosso planeta tem lugar para dois.”
Fim.