Chico vive a alegria de pegar seu primeiro peixe no Lago Mágico.

O sol estava mais quentinho quando Chico voltou ao Lago Mágico. Ele segurava a varinha com mais cuidado dessa vez. O pai caminhava ao lado dele, sorrindo.
— Pai… será que hoje eu consigo? — Chico perguntou baixinho.
— Hoje você tenta de novo. É isso que importa — respondeu o pai.
Quando chegaram, o lago estava brilhando como se tivesse acordado de bom humor. Chico sentou na mesma beirinha do dia anterior. A água fazia aquele som que ele já conhecia: plim-plim, como um segredo que ri.
— Peixinhos… eu voltei! — Chico disse, quase cochichando.
O pai se sentou ao lado dele.
— Lembre-se, filho: paciência é amiga da pesca.
Chico respirou fundo. Colocou a isca com cuidado. Jogou a linha. E… esperou.
Um passarinho pousou perto deles. O vento mexeu nas folhas. O lago continuou quietinho. Chico quase pensou em desistir quando…
Trrrim!
A varinha tremeu.
— Pai! Pai! Está mexendo!
O pai abriu um sorriso enorme.
— Segura firme, Chico! Devagar… isso… muito bem!
Chico puxou a linha com as duas mãos. Seus olhos estavam arregalados, brilhando como duas estrelinhas agitadas.
E então o peixe apareceu. Pequeno, dourado, cintilando como um pedacinho de sol.
— Eu consegui! — Chico gritou, com a voz cheia de alegria.
— Conseguiu sim, filho. Esse é o seu primeiro peixe — disse o pai, orgulhoso.
Chico aproximou o rosto do peixinho.
— Oi, peixe. Obrigado por vir me conhecer.
O peixe balançou o rabo na água, como se respondesse. Chico o soltou com carinho, deixando-o voltar ao lago brilhante.
— Vai lá, volta pra sua casa — ele disse.
O pai colocou a mão no ombro dele.
— Filho… você acabou de viver uma coisa bonita: saber esperar e deixar ir.
Chico sorriu grande, com as bochechas quentes de felicidade.
— Pai, podemos voltar amanhã também?
— Claro que sim — respondeu o pai. — O Lago Mágico gosta de quem cuida dele.
Chico olhou para a água. E, por um instante, jurou que ela piscou de volta.
Continua…
